"Augusto José de Cerqueira Lima Pedreira da Silva nasceu em Santo Amaro da Purificação, em nove de março de 1941. Filho de Alceu de Pinho Pedreira da Silva e de Neidia Yône de Cerqueira Lima Pedreira da Silva. Já eu nasci a dois de fevereiro de 1940. Chamei–me, solteira, Neusa Miranda Chaves, sendo natural de Ibicuí.
Eu e Augusto nos conhecemos em Salvador, no Colégio da
Bahia, durante o curso científico. Éramos ambos estudantes e nos víamos, de vez
em quando, na hora do intervalo. Ali, nos conhecemos. Ali começamos nossas
conversas.
Namoramos por cerca de sete anos. Casamos em seis de
setembro de mil novecentos e sessenta e sete.
Tivemos dois filhos. Larissa, nascido em vinte e dois de
março de mil novecentos e sessenta e nove e Marcos Augusto, nascido em oito de
janeiro de mil novecentos e setenta e um. O nome Larissa vem de uma moça que
ele conhecera e gostara do nome. Também gostara do nome “Larissa” de uma cidade
russa. Ele, enfim, gostava mesmo do nome.
Já o nome do nosso filho, ele gostava de marcar as referências da
família. Para ele era o “Augusto”. Ele era Augusto José. Ele pediu que nos nossos netos também entrasse este “Augusto”. Assim foi
realizado.
Tivemos três netos, dois por parte da nossa filha e um por
parte do nosso rapaz.
Gostava muito mesmo de ler. Desde pequeno. E foi lendo que chegou
à conclusão que queria ser geólogo. Foi lendo Monteiro Lobato em uma coleção
que ganhou quando era pequeno.
Ainda temos aqui esta coleção de Monteiro Lobato.
As viagens. Uma que o marco muito foi a que fez ao Sahara.
Ficou três meses lá. Afinal, gostava muito de viajar. Ele gostava muito da vida
no campo. Adorava lugares pequenos. E tínhamos uma fazenda em Iguaí. Fora
herança da minha mãe. Ali, ele ia aos lugarezinhos e sentava para tomar cerveja
e ouvir os casos contados pelas pessoas simples. Ele simplesmente adorava esses
casos.
Uma coisa muito interessante é o quanto ele gostava e
bichos. Umas três vezes ele achou cachorros na rua que gostou e trouxe para
casa. Nós criamos.
Nunca foi chegado a esportes. O negócio era ler mesmo.
Seu prato preferido... Carnes. Carnes de todos os jeitos.
Ouvia muito músicas. A que preferia era "Viagem ao Centro da Terra". Ouvia muito.
Adorava contar históricas para as crianças.
Aos domingos, gostava de ir aos concertos na Catedral.
Depois, ía até o Café Berlim, na Saúde. Era a programação preferida para então.
Às quintas–feiras, geralmente almoçava no "A Porteira", no Dique. E,
às sextas–feiras, gostava muito de beber uma cerveja com os amigos. O negócio era com o pessoal da CPRM no "Caminho de Casa" e no "Ponte Aérea". Era o esquema de "Happy hour”.
Outra coisa que ele se afeiçoava era aeromodelismo. Doente,
passou muito tempo fazendo desenhos. E isto é outra coisa que ele se envolvia
muito. Desenhar.
Um desejo que ele não conseguiu realizar foi levar os netos
para conhecer a Serra da Capivara. Acontece que ele já estava dirigindo muito
devagar. Ia de quarenta a cinquenta quilômetros por hora.
Isto ele não conseguiu realizar.”
.
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